A poluição dos canais: colaborando com SABESP e Prefeitura

Embora sem deixar claro, a edição de hoje de A Tribuna publicou matéria acerca da poluição dos canais 1 e 2, provavelmente baseada nas denúncias que este blogueiro vem apresentando nos últimos dias (ver matéria acima), conforme posts anteriores (desde o dia 8/9).
Na referida reportagem o jornal faz alusão ao Canal 2, o qual ainda não vistoriei e como hoje cai uma chuva fina na cidade, é possível que nem adiante vistoriar, pois pode ser que a Prefeitura tenha que abrir a comporta e a sujeira existente siga para o mar.
Mas deixou-me bastante intrigado as posturas da Prefeitura e da SABESP, responsáveis solidárias pelo controle da poluição dos canais, diante da situação apresentada pela matéria jornalística.
A Prefeitura informou que "os problemas são decorrentes do predomínio do tempo seco e quente, com pouca chuva. E que para solucioná-los irá realizar a limpeza hidráulica. Caso não seja suficiente irá realizar a limpeza mecânica.". Leia-se: às favas a origem da poluição, o importante é abrir as comportas dos canais e livrar as vistas da população da imundície. Se não funcionar, gasta-se recursos públicos para limpar a sujeira de outra forma.
Já a SABESP, foi ainda mais surpreendente, ao declarar que "desconhece a existência de qualquer rede clandestina de esgoto nesses equipamentos de Santos". E a companhia segue informando, como se a questão se tratasse de um simples vazamento, que "caso algum munícipe queira apresentar queixa, basta entrar em contato pela empresa pelo telefone 195, ...".
Já que a coisa é assim, permitam-me colaborar com ambos os órgãos. No caso da Prefeitura, é seu dever, na qualidade de concedente dos serviços de saneamento do município, fiscalizar a origem da contaminação e, certificando-se de que se trata de poluição por esgotos, cobrar da SABESP a imediata solução. Se não for esta a origem, estudos e vistorias devem ser realizadas, até que as fontes sejam detectadas e possam ser eliminadas. Portanto, limpeza hidráulica é quase como enxugar gelo, numa situação como esta.
No caso da SABESP, é fundamental que a empresa seja mais responsável e pró-ativa e saia do Palácio Saturnino de Brito para vistoriar os canais, em especial nas bacias que recebem contribuições dos morros, como já sugeri no post de 8/9.
Mas para colaborar ainda mais, apresento abaixo um mapa da infestação por algas e plantas aquáticas, conforme vistorias realizadas em 5 e 6 de setembro. Não precisa ser nenhum Saturnino de Brito para perceber a necessidade de corrigir urgentemente o saneamento do Morro do Marapé. Se é rede clandestina ou não, cabe a SABESP identificar, contudo é dever da empresa fazer a manutenção da rede existente, obrigar proprietários recalcitrantes a efetuarem as ligações e prover de rede de coleta, eventuais locais onde ainda não exista este serviço essencial disponível.
Ressalto que ainda vistoriarei o Canal 7 (o verdadeiro), na Avenida Francisco Manoel, ao lado da Santa Casa, para observar a situação desta bacia e provável contaminação proveniente do Jabaquara e encosta a montante. Nos próximos dias devo realizar uma visita ao local.
Por ora, espero que Prefeitura e SABESP façam sua parte e livrem esta cidade da origem da poluição dos canais e não apenas de suas consequências.


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